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SIM NÃO

Deus Foi Criado?

"Se tudo o que existe foi criado, quem criou Deus?" Quase qualquer um que tenha tirado algum tempo para debater com céticos se deparou com tal questionamento. Quem observa essa pergunta superficialmente, pode entendê-la como poderosa e, até mesmo, aterradora - colocando em xeque a própria fé. Mas a verdade é que esse argumento não passa pelo crivo de uma análise cuidadosa. Vejamos:

1º - A ciência respalda a noção de que o universo teve um início e que alguma coisa independente dele o fez existir:

É consenso no meio acadêmico e científico que o universo teve uma origem e que está se expandindo - o que está em conformidade com a segunda lei da termodinâmica. As evidências respaldam a origem do universo partindo do nada - é a criação ex nihilo de Gênesis 1. O fato é que as chances de alguma coisa passar a existir do vazio absoluto são nulas - a existência não pode brotar da inexistência, pois não há potencial no não-ser para que dele se origine o ser. Até o cético David Hume considerou isso um absurdo.

O que temos aqui? A ideia de que as coisas vieram a existir nalgum momento, partindo de Algo, não do vazio.

2º - Os cristãos rejeitam a afirmação de que "tudo o que existe tem uma origem", alegando que "o que quer que exista, tem uma origem":

Dizer que "tudo precisa de uma origem" naturalmente excluiria Deus, que não tem origem alguma. Tal afirmação tem por certo algo que ainda precisa de comprovação - ela supõe que, uma vez que toda a realidade é física (o que não pode ser demonstrado), um Deus que não é físico não pode existir. Nada além de suposições.

3º - Faz algum sentido pensar que tudo precisa de uma origem, se uma entidade sem origem é lógica e inteligível?

É interessante como, durante séculos, pensava-se no universo como algo eterno, sem origem, auto-existente - os próprio céticos viam nisso algo lógico e possível -, mas nas últimas décadas, evidenciada a origem do universo, outros céticos estão extrapolando ao afirmar que tudo precisa de uma origem.

Ora, se o universo teve uma origem, então ele veio de algo com potencial para gerá-lo, ou seja: superior a ele em todos os seus atributos. Infinito, atemporal e imaterial. A atemporalidade, por si só, exige a eternidade.

4º - Há muitas coisas sem origem:

As leis lógicas são reais - é impossível pensar com coerência sem usá-las (exemplo: a lei da identidade, X=X, diz: "este livro é este livro"). A leis morais também são reais (amor, justiça, entre outras). Todas elas são, mas nenhuma delas começou a existir - são eternas e sem origem, brotando da mente de Deus.

5º - A pergunta "quem criou Deus?", é uma falácia categórica:

Afirmar que todas as coisas precisam de uma origem é incoerente como perguntar sobre "qual sabor tem a cor verde". Não há motivos claros para alguém encontrar uma falha em Deus pelo fato de Ele não ter uma origem. A pergunta feita pode ser reescrita da seguinte forma: "O que fez existir a Origem que existe por si só, sem origem, a Origem que, por definição, não foi criada?" É evidente que o questionamento não se sustenta como argumento.
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2010, pg 949, "Se Deus Criou o Universo, Quem Criou Deus?", artigo de Paul Copan.

A lei da Causa e Efeito afirma que nenhum efeito pode ser maior do que a sua causa, pois ela necessariamente precisa ter potencial para produzi-lo. Duas Leis da Termodinâmica afirmam que: nada se cria, tudo se transforma (ou seja, que nada no universo pode surgir do vazio), e que a energia sempre decai (ou seja, que o universo material não pode ser eterno). Isso significa que o universo teve uma origem, mas não do vazio absoluto - que ele veio a existir de uma existência superior, de outra qualidade, natureza, instância, uma Causa com potencial de produzi-lo em todas as suas características, uma Causa superior em todos os atributos. 

Se o universo veio de uma realidade de mesma qualidade que a dele, então não temos uma origem, mas apenas uma transformação de algo que, por sua vez, precisou originar-se - se essa causa também veio de uma realidade de mesma natureza, então essa tal realidade é que precisou ter tido uma origem. A questão é que a sequência de causas e efeitos não pode ser eterna, considerando duas coisas: o decaimento da energia e a impossibilidade de haver uma sequência infinita de eventos no tempo, pois se assim fosse, o presente momento nunca poderia chegar. Nalgum ponto, algo precisou ser efeito de uma causa superior, atemporal, infinita e imaterial, que não o vazio absoluto. É a essa Causa que chamamos de Deus - uma causa evidentemente intelectual e relacional (considerando a lei moral). 

Deus não pode ter tido uma origem, pois se isso acontecesse, Ele não seria Deus, mas criatura, efeito de uma causa superior - e essa Causa seria Deus. Ele não seria diferente de nós, estado sujeito às mesmas leis que a matéria. Se o que chamamos de Deus tivesse se originado de algo, esse Algo seria maior do que ele - e não seria possível haver uma sequência infinita de "deuses causa-efeito", com todos tendo origem, não havendo eternidade em nenhum. Uma sequência de eventos infinitos é incompatível com o tempo e com os seres temporais. Da mesma forma, se nenhum deles fosse infinito, imaterial e eterno, não seria possível que constituíssem uma sequência infindável de causas e efeitos por carência de energia, havendo, portanto, um começo definido, no qual um "deus" precisou, ou sair do vazio absoluto, coisa impossível, ou de uma Causa superior, imaterial, atemporal e infinita - e essa Causa, repito, seria o Deus em pessoa. Por ser eterna, o mesmo Deus que teria criado "os deuses", estaria presente hoje, sendo Deus sobre tudo e todos. Nesse caso, é mais coerente facilitarmos as coisas, considerando que o Deus Criador não criou deus criador algum, sendo Ele mesmo o eterno e inescapável Arquiteto do universo. Aqui somos obrigados, além de crer em Deus, a considerar o monoteísmo bíblico.

O próprio argumento de que "todas as coisas materiais precisam de uma origem" é evidência para um Deus auto-existente!

Natanael Pedro Castoldi

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