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Quem é Deus?

Apresentação e Índice
Um dos maiores equívocos dos céticos com relação ao Criador está na percepção dEle como se Ele fosse parte do Universo, como se o Criador fosse um planeta ou estrela, ou como se o arquiteto de uma casa pudesse ser uma de suas escadas - ecoando C. S. Lewis no livro Cristianismo Puro e Simples. Eles esperam encontrar um Ser material, que emita radiação, que faça barulho, que more numa casinha nas nuvens ou numa toca em Marte - Yuri Gagarin devia estar pensando isso ao afirmar que não conseguiu encontrar o endereço de Deus quando saiu da Terra e se colocou a observar o abismo escuro sob o qual estamos flutuando (Gênesis 1:2). Pois eu também tenho uma descoberta para relatar: descobri que o continente africano não existe, pois não consegui vê-lo enquanto me banhava numa determinada praia do litoral do Rio Grande do Sul. Estou errado? Se Deus não existe porque os olhos de Gagarin não conseguiram encontrá-Lo numa fração ridícula da totalidade do Cosmos, então o continente além-mar também é só ficção. Mesmo não sendo essa uma ilustração adequada para a questão, entendo que ela se aproxima um pouco do nível de incoerência da declaração do famoso astronauta que, de alguma forma, ainda influencia as mentes menos desejosas de conceber o Criador. Trabalhemos melhor a questão.

O primeiro ponto a considerar, tiro do livro "Ortodoxia", de Chesterton: o poeta aceita seus limites, se alegra e se conforma em ter um espaço para colocar a sua cabeça no céu e contemplá-lo em sua infinitude, enquanto o racional, inconformado, luta obstinadamente para enfiar o céu inteiro dentro de seu cérebro - terminando com o crânio rachado. O poeta parece muito mais coerente quando navega feliz num oceano infinito, do que o racional, quando se põe a atravessar aquilo que não tem fim. Será que temos condições de "enfiar" Deus em nossa cabeça? De limitá-lo aos nossos raciocínios, ao resultado de uma química cerebral? Peço uma licença poética para questionar: é possível colocar toda a casa, com seu jardim, dentro da lâmpada que está no lustre da sala de jantar?

Nós podemos entender muito bem seres inanimados, como pedras. É fácil examiná-los em nossos laboratórios, pois eles não reclamam e nem fogem. Um pouco mais difícil, embora ainda fácil, é examinar os seres animados que não são humanos, como os cães - com alguma dedicação, podemos explorar, além do seu organismo, os mecanismos de sua mente, com suas ações e reações. Um grau de dificuldade acima estão os seres humanos, pois, diferentemente das pedras e dos cães, eles são nossos iguais e não podem ser domados da mesma forma - sem contar com as complexidades de sua mente e de seu organismo. Ainda hoje o cérebro humano permanece misterioso, mesmo tendo sido examinado com muito mais minúcia - e mais cobaias - do que qualquer órgão de qualquer outra criatura. Percebemos que há um aumento na dificuldade de análise conforme elevamos os níveis de complexidade e de natureza. Deus está acima de nós, possui uma natureza totalmente diferente, é uma mente, mas de outra qualidade - podemos dominar a pedra, o cão e tentar dominar o homem, mas nunca poderemos dominar o Criador. Aceitemos, com base nisso, a nossa condição de inferioridade e impossibilidade de um entendimento pleno de Deus. O entendimento pleno do Criador exigiria que Ele saísse de onde está e entrasse por completo em nossa mente e, considerando as nossas limitações, pensasse sobre Si mesmo através de nós - mas aí é querer colocar o oceano dentro de um copo d'água. Digo isso, pois só poderei entender completamente outra mente se conseguir capturá-la e incuti-la inteiramente dentro da minha - se não podemos fazer isso com outras pessoas, por qual motivo pensamos ser possível fazer com o Eterno?

O teísmo, no qual se inclui o cristianismo, afirma que o Deus Criador é eterno e diferente da matéria, que está fora do Universo (transcendência), mesmo que possa tocá-lo (imanência), mas nunca de modo pleno, pois a matéria limitada não pode comportar a sua própria Causa. Quando o ateu questiona sobre evidências diretas de Deus, do tipo que a ciência empírica encontra, está questionando não sobre o Deus cristão, mas sobre o deus de alguma religião panenteísta ou panteísta. O máximo que o teísmo pode oferecer como evidência para Deus são conclusões filosóficas, indiretas, como a origem do Universo, que exige um Iniciador (argumento cosmológico), a origem da vida, que exige uma Vida (biogênese), e a complexidade do Cosmos em prol da vida, o que exige um Projetista (princípio antrópico). Aqui entra também o argumento moral - de onde vem a moralidade humana? E quanto aos mistérios "sobrenaturais"? Nunca poderemos capturar um "pedaço do Criador", como quem arranca um fio de barba do avô. Me parece, porém, que das filosofias e necessidades, os argumentos em prol da existência do Eterno são muito mais coerentes do que as percepções ateístas sobre as origens, a formação do Cosmos e do homem.

Ovídio Zanini, no livro "Deus, Sonho ou Pesadelo?", explica de forma bastante clara a nossa impossibilidade de encontrar o Criador pelo próprio esforço: ninguém pode falar sobre Deus, porque não existe uma instância superior a Ele. O máximo que podemos verificar é o que o próprio Criador falou ou revelou de Si mesmo. É aqui que entra a Bíblia e a teologia cristã.

1 - Conclusões científicas e filosóficas:
Toda a observação científica tem culminando na seguinte observação: o caos não pode gerar nenhuma ordem - a menos que ele seja trabalhado por uma Inteligência, que, por sua vez, não pode ser caótica, mas ordenada. Ora, o Universo é extremamente ordenado! Seria ele, então, produto de um eterno caos? De uma explosão casual e que seguiu independentemente da ação de uma Vontade Intelectual? O problema se amplia quando adentramos nas complexidades da vida e, principalmente, da vida humana ("O Universo Foi Projetado Para Nós").

Na verdade, o maior desafio para os céticos, porém, não se concentra na questão da ordem absurda do Cosmos, mas na sua própria origem. As evidências de que o Universo teve uma origem, havendo um vazio absoluto antes de o Nada explodir, contrariaram os interesses iniciais dos mais prestigiados ateus, que tentaram, sem medir esforços, encontrar alternativas. Ora, uma origem exige um Originador e o princípio da Causa e Efeito (a Causa é sempre maior do que o Efeito), impossibilita a sugestão de que a Causa do Universo foi o Vazio Absoluto, a Inexistência, o Nada, pois o Nada é menor do que a Coisa, do que o Ser. O "Não-Ser" não pode gerar o "Ser". Nesse caso, nem o tempo, nem o espaço e nem a matéria existiam antes do Princípio, caso contrário não teria sido um princípio, e, portanto, necessitamos de um Ser que não é matéria, que não é tempo e nem espaço, estando acima desses conceitos, sendo imaterial, eterno e transcendente.

A ideia de que o Universo não pode ser eterno encontrou maior sustentação nos princípios termodinâmicos da transformação e do decaimento da energia: como "nada se cria, tudo se transforma", o Cosmos não pode ter surgido da não-existência e aumentado em complexidade angariando energia nova; e como "a energia sempre decai", os elementos do Universo não podem ser eternos - com o tempo a energia termina e ele sucumbe. Não há como fugir da possibilidade de uma Existência diferente do Universo ter sido o seu principiador ("A Religião Ateísta").

Romanos 1:20, afirma que a existência e os atributos do Deus invisível podem ser percebidas através da análise da natureza. A complexidade do DNA, máquinas como os olhos e o cérebro, o encaixe perfeito de cálculos para que a vida pudesse existir, além de outras evidências, realmente apontam para a existência de Deus. Mas a observação da árvore e do pássaro também demonstram algumas coisas: existe uma inteligência por detrás da vida, uma Causa Viva, sendo a morte apenas uma subtração da qualidade anterior, que necessitou do vivo, e, nesse caso, podemos perceber que a Causa Viva milita em prol da existência dos seres, não de sua aniquilação. E nós, humanos, somos criaturas que apreciam o belo, são morais e possuem bom humor. Podemos perceber, através das observações dos seres e dos comportamentos, que Aquele que tudo criou está comprometido com a vida, é moral e relacional. Sendo Ele o causador da vida, da moral e do relacionamento, deve ser maior do que aquilo que dEle brotou: é o total oposto da subtração da vida, da moral e do relacionamento, sendo Vida Eterna, Moral Perfeita e Amor Perfeito ("Grandes Textos - O Perfeito Precisa Existir, Parte 1"; "Grandes Textos - A Origem do Mal"; "Grandes Textos - A Existência de Deus"; "Sinto, Logo Deus Existe").

2 - Conclusões teológicas:

- A Verdade por detrás de tudo é uma só, o que combina com o monoteísmo bíblico –Deuteronômio 6:4. Só pode haver UM Eterno, UM Perfeito, UM Elemento Divino, UM Deus. O que é "perfeição"? Por Perfeito, temos o máximo em determinada questão, portanto, só pode haver um Perfeito - não existem "dois máximos" diferentes para a mesma qualidade. Somente Um.
- O Criador da matéria precisa ser maior do que ela, por isso Deus é espiritual –João 4:24. Se Ele fosse material, não seria Deus. Se Ele fosse feito de algo além de Si mesmo, seria menor do que alguma coisa, estaria sujeito ao elemento externo. Espírito.
- O Criador do Universo é maior e mais poderoso do que ele –Gênesis 18:14. Aquele que criou tudo, obviamente tem poder sobre toda a Sua criação, sendo maior do que ela, tendo ela vindo a existir por meio desse mesmo poder. Onipotente.
- O Senhor do Universo conhece tudo o que Ele mesmo criou –Salmos 139:1-6. Sendo Ele o criador de tudo, conhece todos os seus mecanismos. Onisciente.
- O Pai da Criação, sendo maior do que ela, a vê por completo –Isaías 40:22Onipresente.
- Ele é o dono de tudo o que criou e não há ninguém que possa desafiar Seu domínio -1 Coríntios 10:26. Sendo o Criador, Ele também é o Senhor. Sendo maior do que tudo e habitando fora do Universo, não há nada criado que possa desafiá-Lo. Dono.
- Por ser a Causa de tudo, Ele mesmo é eterno –Salmos 90:2. Se o Universo tivesse vindo de uma causa temporal, essa causa precisaria vir de outra e assim eternamente, mesmo que o eterno não caiba na concepção de tempo - uma sequência eterna de eventos impossibilitaria a chegada do tempo presente. Sendo impossível uma corrente eterna de causas e efeitos, necessitamos de uma Causa Primeira que, por sua vez, precisaser eterna. Mas, existe uma Causa para Deus? Se existisse uma "Causa para Deus", Deus não seria eterno, mas a Causa precisaria ser, sendo maior do que Ele em tudo - e, portanto, ela seria a mesma coisa que Deus. Eterno.
- Por ser O Criador de tudo, Ele não habita o que criou, pois é maior e diferente -1 Timóteo 6:16. Se Deus habitasse algum lugar, haveria uma coisa maior do que Ele - o lugar -, logo, Ele não seria Deus. Mas onde Deus habita? NEle mesmo. Ele é o "lugar" da Sua habitação. Deus está nEle mesmo, Ele é o que não é o Universo - e o Universo é o que não é Deus. O que é eterno sempre foi. Transcendente.
- Por ser O Senhor de Tudo, é auto-existente, não depende daquilo que criou –Atos 17:24-25. O Deus eterno só depende de Si mesmo, pois o É na eternidade. Nada do que veio a existir pode produzir a dependência de Deus, pois tudo veio dEle, que não veio a existir. Independente.
- Por ser a Causa de Tudo, Ele só pode ser dEle e nEle mesmo –Êxodo 3:14. Se Deus fosse "de alguém", não seria Deus. Se existisse submetido ao tempo e ao elemento, também não O seria. Ele é Deus porque é de Si e em Si. Deus é "simples", no sentido de que o elemento que O constitui é Ele mesmo: se o Criador fosse feito de outro elemento, que não Ele mesmo, não seria Divino. Simples.
- Por ser eterno, onipotente e constituído de Si mesmo, Ele também é imutável –Hebreus 13:8. A eternidade exige imutabilidade - não há novidade no eterno. Ele é o único Deus e só Ele habita em Si, só Ele é feito de Si e só Ele tem todo o poder - todo o resto veio dEle e, portanto, nada do que Ele criou pode influenciá-Lo, fazê-Lo mudar. Imutável.
- Aquele que criou e que governa, por direito, é o legislador do Universo –Salmos 19:7. Governador.
- O Criador imutável, também é santo, porque não pode ser influenciado pelo que criou –Apocalipse 4:8. Ele é o próprio padrão de santidade. Santo.
- O santo e onisciente legislador do Universo, também há de ser justo e reto em Seus julgamentos –Deuteronômio 32:4. Ele é o padrão de justiça e verdade. Justo.
- Sendo o Criador da Vida, Sua justiça sempre se dá em prol da vida, seja presente ou vindoura, através de sacrifícios, disciplinas, proteção ou bênçãos, portanto, Deus é bom –Salmos 34:8. Bom.
- Sendo bom, concluímos que Deus é amor, por não haver nEle maldade ou malícia –1 João 4:16. Ele é constituído apenas de Si mesmo e, na Sua eternidade, não pode haver contradição. Amoroso.
- Amoroso, O Criador só pode ser misericordioso e paciente -2 Pedro 3:9. Misericordioso.
- Deus é soberano –Deuteronômio 10:14! Soberano.

Conclusão:
Esse é Deus, O Perfeito - Deuteronômio 8:13 -, O Misterioso - Deuteronômio 29:29 e Isaías 45:15. Todos atributos do Criador que a teologia cristã sugere, entram em concordância com a lógica para a qual aponta a ideia de um Deus eterno responsável por criar o Universo - e, com base neles, vislumbrando a atemporalidade, a infinitude e a imaterialidade do Senhor, entendemos o quanto as exigências dos céticos para que se prove a existência do Eterno são inviáveis. É querer demais colocar Deus numa caixinha, num tubo de ensaio, numa mesa de cirurgia, numa jaula, não é? "O Deus Misterioso".

Natanael Pedro Castoldi

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