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A Igreja é Indestrutível?

Embora o título sugira um estudo sobre a eternidade do Corpo de Cristo, não é exatamente sobre isso que pretendo falar aqui. É claro que a manifestação atual da Igreja como Corpo do Deus Eterno a torna indestrutível, mas entendo que há outras questões menos óbvias que podem ser levantadas. Espero que a reflexão que segue se reflita numa sensação de segurança e paz para o cristão que me lê.

Diante da configuração atual de nosso mundo Ocidental, especialmente o Brasil, é normal temermos: a Igreja está sob ataque de todas as frentes, o que inclui um número incalculável de inimigos internos. Tudo o que há de mais caro para o cristianismo está sendo dilacerado ferozmente, como a moralidade e o exclusivismo. Há grupos extremistas dentro e fora da Igreja, promovendo uma bagunça sem paralelo na história humana, fomentando guerras sociais, religiosas, morais, étnicas e culturais. Estão tentando amordaçar a Igreja, impedindo-a de se manifestar sobre quaisquer assuntos que sejam, além de condená-la por medidas que ela toma para si mesma, que fazem parte de sua natureza histórica e teológica - de dentro e de fora estão tentando conquistá-la, tomá-la de assalto, e, assim, fazer com que ela corresponda exatamente aos desejos do "espírito de nosso século", sendo somente apenas mais uma das ferramentas para a configuração de uma Nova Civilização Ocidental, "liberta" do jugo judaico-cristão. É claro que a Igreja, assim como é o maior opositor dessa iniciativa blasfema, pode ser também o seu recurso mais poderoso, se rendida: aquilo que tem mais potencial para o bem, também pode ser terrivelmente malévolo, se invertido. Ocorre, felizmente, que a fatia de líderes, congregações e massas cristãs rendidas, instantaneamente deixam de ser cristãs e não respondem mais pelo cristianismo, pois, mais do que uma instituição, a Igreja é um conceito, uma ideia, uma realidade que existe na imutabilidade do Deus Eterno, que encontra suas raízes no mundo espiritual. Não me parece necessário trabalhar detalhadamente sobre o que aflige a Igreja, por isso vou direto ao que importa:

1 - A Igreja é indestrutível porque uma força maior do que a humana trabalha em seu favor:
O conhecedor do Novo Testamento, especialmente do livro de Atos dos Apóstolos, há de perceber que a verdadeira força pode detrás da Igreja é a do próprio Deus. Considerando o relato neotestamentário como verdadeiramente histórico e a visivelmente milagrosa origem e expansão da Igreja nos primeiros séculos, mesmo sob perseguição, não podemos ignorar o "dedo do Criador" nessa história - ou, pelo menos, deve-se considerar essa possibilidade. Eu mesmo, ainda que sendo jovem, já presenciei várias ações evidentemente espirituais do Eterno, algumas testemunhadas por muitas pessoas, outras na solitude - isso, considerando a minha tendência para o ceticismo, é bastante significativo. Há incontáveis testemunhos cristãos relativos ao tema, seja na Igreja Livre, seja na Igreja Perseguida, e você pode facilmente encontrá-los através de uma rápida pesquisa ou da conversa com cristãos mais experientes. É claro que não devemos acreditar em qualquer testemunho, nutrindo critérios para a análise dos fatos.

Gostaria de tomar como exemplo da ação de Deus para além da iniciativa humana uma notícia recente, resultante da análise de mais de 600 conversão de muçulmanos ao cristianismo: entre os africanos muçulmanos que se converteram à Cristo, segundo o missionário Karel Sanders, da África do Sul, 42% o fizeram depois de terem tido sonhos e visões nas quais o Messias apareceu para lhes convidar para abraçar a salvação. É possível encontrar tal informação no gospelmais.com.br, gnotícias, do dia 28 de setembro de 2011, sob o título "Muçulmanos estão tendo visões e sonhos de Jesus e se convertendo ao cristianismo". Leia mais sobre o assunto na Criacionismo.com.br de 26 de fevereiro de 2014, no artigo de nome "Jesus Se revela a jovem muçulmana em sonho", por Michelson Borges. Julgue as informações como desejar.

Com isso lembrei-me da seguinte afirmação de Cristo: "E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão." Lucas 19:40

2 - O Cristianismo fortalece um sistema moral comum ao ser humano de todo o mundo:
O relativista moral pode até pregar a inexistência de uma moral objetiva e favorecer alguns comportamentos imorais, mas somente um louco não irá, mesmo que involuntariamente, reconhecer e sustentar um comportamento benéfico - principalmente se for em seu favor. Ou o relativista aceitará que lhe roubem a carteira? Sendo assim, mesmo que o pensamento ocidental milite para aniquilar o sistema moral que o cristianismo sustenta, basta se comportar segundo a moralidade sugerida pelo cristianismo que muitos se alegrarão de você, especialmente se não souberem que você é cristão. Mas isso não vem ao caso.

A questão é que Cristo pregou uma conduta que, em vários aspectos, é universalmente aceitável: não roube, não assassine, não traia sua esposa, não agrida seu filho, não humilhe o seu próximo, não seja arrogante, não seja orgulhoso, não seja mentiroso, não destrate seus pais... Ora, praticamente todas as civilizações e povos de toda a história e de todos os cantos do mundo sustentaram esses preceitos morais - C. S. Lewis, fundamentando as afirmações sobre a "lei natural", apresentadas no livro "A Abolição do Homem", evidencia códigos morais semelhantes de mais de 12 povos antigos - romanos, ameríndios, nórdicos, hebreus... Isso significa que, quando nossa sociedade relativizar tanto a moral, a ponto de prender-se aos seus instintos animalescos e regredir ao nível de Sodoma, uma multidão silenciosa de indivíduos, incomodados e instigados pela compreensão moral que lhes é inata, se voltará novamente para aquilo que Cristo pregou, para a noção de um comportamento moralmente aceitável que reside no mais profundo da mente humana, contra a qual cansaram de lutar e tentar silenciar através do álcool e do sexo. Sim, Jesus sustentou traços morais comuns ao ser humano de todas as épocas e lugares, mas foi além, chegando ao amor sacrificial.

Com base nessa realidade, portanto, mesmo que a Igreja esteja sendo terrivelmente abalada pelas forças desse mundo, a fortíssima noção de certo e errado, de bem e de mal, de bom e de ruim, continuará levando muitos ao desejo por Cristo que, por fim, culminará na conversão. Basta que os cristãos continuem se comportando como Jesus para que a Igreja sobreviva a qualquer ataque, uma vez que ela trabalha com algo que reside no mais profundo da mente de todos os homens, correspondendo ao que eles, querendo ou não, sabem que é verdadeiro.
Fontes: Apologética Cristã para o Século XXI, Louis Markos, Central Gospel, 2013, pg 32; A Abolição do Homem, C. S. Lewis, Martins Fontes, 2005, pgs 79-95.

A mera observação da natureza e da consciência aponta para Deus. Enquanto houver natureza e consciência, portanto, Deus pode ser encontrado. Enquanto houver um homem pisando na terra, haverá a possibilidade de o Criador ser encontrado e adorado.

3 - O Cristianismo trabalha com um desejo comum a quase todos os seres humanos:
Eu disse "quase" para não ser injusto com ninguém, mas é mais provável que seja "todos" mesmo. Há em toda a humanidade uma espécie de esperança messiânica, de desejo pelo Paraíso, de fuga do mundo. Encontramos nas histórias dos mais diversos povos a noção de que as coisas estão, de alguma forma, erradas, sendo resultado de um longo processo de decadência - na aurora da humanidade as coisas eram melhores. Há uma incessante busca por Deus, por salvação, por recuperar o que fora perdido, por reparar o estrago, para reencontrar as veredas da excelência e da eternidade. Todos temem e estranham a morte. Podemos viver num mundo dominado por poderes ateus ou por filosofias religiosas otimistas, mas nada será capaz de anular o enraizado clamor do espírito humano por libertação, por reencontrar-se, por voltar a ser o que já foi. Para tudo isso o cristianismo, através de Cristo, apresenta respostas. Na verdade o Cristianismo vai além: ele é a própria conclusão de muitas histórias pré-cristãs contadas por diversos povos do mundo, histórias essas resultantes de uma experiência comum, histórias semeadas por Deus no âmago do homem - consideremos o livro "O Fator Melquisedeque", Don Richardson, Vida Nova, 2008, ou a postagem encontrada sob o título "A Revelação Universal de Deus - C. S. Lewis".

A tendência de crer numa divindade superior é comum a todos os homens de todos os tempos - nada jamais irá aniquilar tal propensão, que é mais do que visceral. Havendo um homem no mundo, portanto, há potencial para que Deus seja louvado.
Leia mais sobre isso no artigo "As Mitologias Indicam um Passado Comum?"

4 - O Cristianismo responde aos anseios mais elementares:
"Quem sou?"; "De onde vim?"; "Para onde vou?"; "Por qual motivo existo?" Nenhuma ditadura do relativismo será capaz de anular esses questionamentos - o ser humano sempre conviveu com essas perguntas e sempre tentará solucioná-las. Não há escapatória! E é no cristianismo que gente vinda das mais diversas culturas, religiões, filosofias e outros contextos, encontra as mais satisfatórias respostas.

5 - O Cristianismo supera as mais diversas barreiras:
A mensagem de Cristo foi pensada para absolutamente todos os seres humanos, sem ater-se aos limites geográficos de uma região, às barreiras culturais, religiosas, filosóficas, de gênero, idade, raça, classe social... Todas as pessoas são chamadas para a igualdade de valor diante do Criador - é claro que as falhas morais, que destoem do ideal de Deus para o mundo, precisam, mesmo que aos poucos, de tratamento e correção. A questão é que, num primeiro momento, todos, absolutamente todos, podem simplesmente se curvar diante do Filho e aceitá-Lo como Senhor e Salvador. É lógico que num contexto onde a luta de classes, sexos, raças, culturas e religiões é fomentada, como é o caso do Brasil, a mensagem de Cristo evidencia sua maravilhosa natureza.

Por não ser fundamentado em prédios, líderes, raças, filosofias, políticas, sistemas econômicos, culturas, geografias e quaisquer outras "humanidades", mas, sim, centrar-se em Cristo, nada que esse mundo arme para destruí-lo dará conta - Jesus marcou a história profundamente e vive hoje, como sempre, na Pessoa da Divindade. Nada pode apagar a História e a Divindade. Não estamos falando de prescrições alimentares, formas de vestir, vocabulário específico ou qualquer espécie de ritual: estamos falando do relacionamento do homem com o Criador e do relacionamento do homem cristão com outros cristãos ou com pessoas que não o são. Isso é mais do que um mero código moral, um combinado de disciplinas ou um saber: isso é vida, não letra, não pedra, não tecido.

6 - O Cristianismo acontece onde há relacionamento:
A imitação de Cristo se dá essencialmente através do relacionamento entre os seres humanos. A mídia pode ser dominada pelo anticristianismo, as instituições de ensino podem doutrinar as crianças como desejarem, o governo pode vetar a manifestação cristã, o evangelismo, a divulgação de material cristão... mas nunca poderá impedir que as pessoas se relacionem. E é no relacionamento, nas conversas, nos desabafos, nos abraços e sussurros no ouvido, que Jesus é mostrado. Para isso bastam duas pessoas e um lugar relativamente seguro. É por isso que a Igreja sempre cresceu com a perseguição.

Uma das coisas mais elementares sobre a humanidade é que o ser humano se relaciona - havendo dois, não importa se estão no mercado público ou numa tenebrosa masmorra, há relacionamento. Por isso, há potencial para o florescer do cristianismo em qualquer lugar onda há gente. É por tomar bases na imitação de Cristo e acontecer no relacionamento que o cristianismo pode sobreviver até ao mais ferrenho e sistemático ataque à política, filosofia, economia, religião...

7 - A Igreja acontece em qualquer lugar, em qualquer horário e com qualquer pessoa:
Um dos mais poderosos dos pontos que quero ressaltar é esse: existe uma Igreja Universal, que engloba todos os cristãos verdadeiros do mundo inteiro, existe uma Igreja Local, que engloba os cristãos de uma determinada localidade, e existe a Igreja que posso chamar de "Factual". A primeira é atemporal e recebemos o apoio dela através das orações dos cristãos em favor da Igreja nos quatro cantos do mundo; a segunda é importante, pois através dela recebemos uma cobertura espiritual, psicológica, financeira e até social, além de possibilitar algumas práticas importantes para o cristão; a terceira, a qual quero me ater, encontra a sua importância por sustentar as demais. "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles", afirmou Jesus. Nem a primeira e nem a última das formas de Igreja pode ser destruída, pois enquanto houverem dois cristãos reunidos no nome de Cristo, essas duas existirão. Foquemos, por sim, na terceira:

Chamei-a de Igreja Factual, pois ela tem uma conotação temporal, baseada em fatos do momento, ela começa e se desfaz em questão de segundos, minutos, horas ou dias. Esse tipo de Igreja existe quando eu sento para conversar com meu irmão cristão, seja na faculdade, seja no trabalho, seja na praça. Ela começa quando nos cumprimentamos e termina quando nos despedimos - e, quando nos despedimos, eu e ele vamos nos encontrar com outros cristãos e começar outras Igrejas. Para destruir essa forma de Igreja, deve-se matar todos os cristãos - o que é verdadeiramente impossível. Até dois cristãos presos na mesma cela constituem Igreja.

Podem perseguir, podem torturar, podem aniquilar milhões, mas nunca destruirão a Igreja. Enquanto houverem cristãos caminhando pelas ruas e sentando para conversar no banco da praça, haverá Igreja. É claro que a Igreja Institucional é importante, pois ela assegura alguns direitos e afirma para cidades, nações e para o mundo alguns padrões de comportamento e algumas ideias que são importantes para a humanidade, além de sustentar uma vasta produção artística e literária da parte da Igreja, que também se envolve em ações missionárias e humanitárias de larga escala, o que exige organização e recursos, mas ela jamais supera em termos de importância a denominada "Igreja Factual". Ora, enquanto houverem seres humanos com consciência, habitando esse mundo e compartilhando dos mesmos anseios se encontrando e trocando ideias, havendo ao menos um cristão por perto, teremos Igrejas ou, pelo menos, "Igrejas em potencial".

Espero que isso gere no coração do leitor ânimo e tranquilidade. Não são os ataques do mundo que nos ameaçam. A Igreja é um organismo pulsante, vivo, extremamente dinâmico e encabeçado pelo próprio Criador - não há força alguma nesse Universo que a fará desaparecer. Que sirva, também, para conscientizá-lo sobre aquilo que está corroendo muitas congregações e movimentos cristãos: o cristianismo encontra suas bases no próprio Deus e em aspectos universais e atemporais do ser humano e é isso que o torna tão forte, duradouro e flexível - pensamentos filosóficos, políticos, religiosos, econômicos, científicos e de qualquer outra espécie são frutos de momentos e locais específicos e, portanto, tomá-los como centro da fé sempre culminará em ruína.

A fé cristã se desenvolve com vigor e serenidade naquela aldeia no coração da África, naquele subúrbio em Xangai e na cobertura de um prédio em Londres. A fé cristã se desenvolveu na Galileia rural e nos bairros de Roma do Século I, nas aldeias germânicas e mosteiros irlandeses da Idade Média, na China e na América do período das Grandes Navegações, na França dos tempos da Revolução Francesa, nos Estados Unidos expandindo-se para o Oeste, antes, durante e depois das Duas Grandes Guerras Mundiais e hoje está em curso na Europa dita "pós-cristã". Ele surgiu na Palestina, floresceu na Europa, explodiu na América do Norte e Oceania, se alastrou pela América Latina, se encorpou na Ásia e ecoa retumbante na África; enquanto entra em crise num lugar, se fortalece no outro; enquanto enfraquece na Europa pós-moderna, ganha espaço na Rússia pós-comunista; uma geração o ignora, enquanto a próxima o resgata. E é exatamente assim que tem que ser.

Poderia, ainda, citar as evidências para o cristianismo ("O Universo Foi Projetado Para Nós"; "A Veracidade do Novo Testamento"; "Em Defesa do Antigo Testamento") e a verdade de que ele atinge profundamente das pessoas mais simples até as mais intelectuais ("Intelectuais Que Encontraram Deus - Ateístas e Teístas").

Natanael Pedro Castoldi

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