Publicarei aqui uma série de breves dizeres de minha autoria planejados para desconstruir alguns dogmas e algumas incoerências de nossos dias. Espero que te sejam interessantes!
Sobre os Questionadores Questionáveis:
- O fato é que muitos questionadores também são especialistas em se esquivar das respostas - de pronto aceitam aquilo que lhes dá argumento, mas fazem verdadeiros rodeios para evitar a evidência que fere seus interesses. Qual é o motivo de perguntar se preferem não saber a resposta? Parece-me que, nesse caso, o interesse nas perguntas mais ácidas não reside na pesquisa honesta, mas somente na afronta e na proteção das vaidades daquele que questiona. Ou não é interessante perpetuar mitos inconvenientes sobre aquilo que se enfrenta?
Sobre o Pluralismo Religioso:
- Quando dizem que todas as religiões são iguais, a mesma coisa, sinto o que deve sentir o músico quando é dito que não há diferença entre Mozart, Vivaldi e Justin Bieber. Os preceitos da maioria das religiões se anulam, partem de princípios opostos e apontam para realidades antagônicas - a coexistência é imprescindível, de fato, mas não podemos produzir uma sopa religiosa, um bizarro abismo de paradoxos e sincretismos no qual as religiões perdem seus valores, suas singularidades e suas razões de ser, isso simplesmente porque o homem ocidental, em seus caprichos e vaidades, não quer e não consegue mais conviver com as diferenças.
Sobre Tolerância:
- Desde quando tolerância significa subordinação? Exige o abandono da opinião, do saber e do crer? Desde quando, para tolerar, eu preciso me tornar um igual? Que eu saiba, tolerar nada mais é do que aceitar conviver civilizada e respeitosamente com indivíduos que nutrem interesses e comportamentos dos quais eu discordo – não indica que eu sou obrigado a engolir e amar as ideias e atitudes do próximo. Todos somos livres! E aí que está: se eu devo respeitar a liberdade daqueles que tolero, por que estes sempre tentam macular o meu direito de ser livre pensador? Esses indivíduos exigem tolerância, mas são intolerantes comigo quando discordo deles!
- “Você precisa aceitar as diferenças! Ser mais tolerante”, bradam certos indivíduos. Enquanto eu não for tolerante (me subordinar, no caso), não serei tolerado, e enquanto eu não aceitar (ou seja, abraçar com euforia), não serei aceito. Ora, eu penso diferente deles e eles diferente de mim, mas enquanto eu sou obrigado a me subordinar e amar os seus interesses, eles se entendem no direito de não me aceitar e nem me tolerar até que eu concorde com suas ideias. Ou seja: eles querem me obrigar a engolir as diferenças, mas, sendo eu diferente, não querem me engolir! Não conseguem me aceitar enquanto eu for diferente deles! Quem, no final das contas, é incapaz de conviver com as diferenças?
Esses indivíduos, autoproclamados como "tolerantes", ao agirem dessa forma não fazem muito diferente do empresário socialista que não dá um centavo para o sem-teto que pede esmola, do vegetariano que comemora a sua alimentação saudável servindo um churrasco de gado ou do inimigo da fome que discursa para mendigos esfomeados enquanto abocanha uma fatia de pizza cheia de queijo.
Sobre o Politicamente Correto:
- Nosso Estado está financiando a segregação social, racial e sexual enquanto pesa e aplica diferentes julgamentos para os mesmos atos - o peso do crime não está mais naquilo que se faz, mas na cor, na classe social e na orientação sexual da parte daquele que comete o delito e da parte da vítima. Hoje são os aspectos biológicos, culturais e sociais que separam o "criminoso horrendo" do "pobre coitado excluído sem senso moral para saber o que é certo e errado". É estranho que o simples fato de eu ser o que sou me torna mais culpável (aos olhos do "Politicamente Correto") do que outros seres humanos que, na essência, são iguais a mim.
Você pode ler sobre as fraquezas das alegações relativistas, seguindo os moldes dessa postagem, na seguinte leitura: O Relativismo e a Morte da Razão.
Natanael Pedro Castoldi
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