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Grandes Textos - A Existência de Deus

O EOMEAB não pode ser considerado um "blog filosófico". O leitor assíduo já deve ter percebido que grande parte das postagens é voltada para história e teologia, exceto por alguns textos esparsos, o que pode indicar um suposto desapego do autor para com a arte de pensar - nada poderia estar mais longe da verdade! A minha paixão pela defesa da fé, iniciada com debates sobre criacionismo aos 12 anos, já começou acompanhada da filosofia - afinal, já que eu não tinha muito material, precisava me virar com muita reflexão, interpretação e observação, produzindo conhecimento e ampliando o pouco que me estava disponível. Os debates de cunho mais científico ficaram para trás, mas a filosofia prosseguiu. Mesmo sem saber definir "filosofia" ou explicar com profundidade quem era Platão e Aristóteles, eu tinha coragem de filosofar - e filosofava! Sem saber conceitos, sem conhecer os pensadores ou me incluir nalguma linha filosófica, eu me dava a liberdade de pensar e expressar-me. Assim, tomando muito do que via e observava, eu desenvolvi solitariamente as concepções que ainda predominam em minha mente, mesmo depois de ter estudado verdadeiramente. Cultivei, desde a semente, e tratei de cuidar e aperfeiçoar aquilo que para mim faz sentido, que tirei do instintivo pensar, da vivência - para mim, a filosofia é algo mais visceral, parte de dentro e se manifestou quase que involuntariamente, não é simplesmente algo externo, expresso em páginas, em letras, e justificado com diplomas. Falo isso para esclarecer sobre eventuais erros nas minhas reflexões filosóficas, que estão aparecendo mais no EOMEAB com a série "Grandes Textos", e para facilitar o entendimento do leitor quanto às peculiaridades do trabalho, especialmente o que segue nessa postagem. 

O artigo, originalmente intitulado "Caverna" e foi publicado primeiramente nO Mirante, no dia 07/02/2012.

Caverna

Você já ouviu falar do Mito da Caverna, de Platão? Pois bem, brevemente contarei-o ao meu modo: havia um grupo de homens que desde que se lembravam viviam dentro de uma caverna, nunca tendo saído dela, nela nascido e nela vivendo absolutamente todo o tempo, por isso a sua concepção de satisfação estava no pouco que haviam experimentado do mundo, já que aquilo que suas mentes e corpos ainda não tinha sequer sonhado não poderia fazer parte de sua rotina, nem ser almejado. Esses homens contentavam-se apenas em ficar sentados observando as sombras produzidas pela luz externa -modificando um pouco a questão-, tendo as outras pessoas, que passavam do lado de fora da gruta, como meras sombras que produziam sons específicos, assim como as aves, mas tudo não passava da silhueta de indivíduos vagando no mundo exterior e isso já bastava para os cativos. Porém um dia, um entre os inertes resolveu levantar-se e procurar pela fonte da luz e das sombras, então retirou-se da caverna e, perplexo, deparou-se com uma vastidão assombrosa de terras verdejantes e cheias de vida, por isso voltou à caverna para chamar os demais que, duvidando, no comodismo, preferiram não ir ver para crer e permaneceram aprisionados.

O Mito da Caverna é definitivamente riquíssimo e dele quero extrair uma série de ensinamentos. Primeiramente é um erro pensar que os seres aprisionados não sentiam necessidade de nada daquilo que havia fora da caverna porque não o conheciam - como seres humanos, criados para um mundo diferente e com propósitos, no mínimo sentiam um aperto estranho no peito, uma necessidade inexplicável de algo que não sabiam o que era, um vazio, a urgência por água fresca e frutos suculentos, a brisa no rosto, o morno raio solar e sua luz reconfortante, a apreciação da verde natureza e do céu azul rajado de branco. O homem precisa disso, o homem depende disso! E isso está tão inserido em nós, que fomos projetados para viver nesse mundo, que nascemos com tais tendências e anseios, é algo que vêm em nossa genética, nosso ímpeto por sobreviver e, além de sobreviver, usufruir das belezas e sabores dos bosques, pradarias, montanhas e vales, por isso afirmo que também em nossa alma estão inseridas tais questões, que fogem da mera luta instintiva pela vida. Se o homem sente natural necessidade de algo, por mais que nunca o tenha visto, provavelmente ele existe, e se no homem existe um sentimento, uma vontade, um anseio que nada nesse mundo consiga suprir com excelência, então algo externo à matéria visível e palpável deve existir, pois o vazio, a necessidade daquilo que não vemos, mas sentimos, demonstra o fato de termos sido projetados genética e espiritualmente para tal. O homem não saiu da caverna por curiosidade, apenas, pois se estivesse totalmente suprido nela, não iria procurar nada além daquilo que já conhecia, mas reconhecendo a necessidade de algo que desconhecia, saiu a procurá-lo. A busca por Deus, ou por alguma outra suposta divindade celestial, é tão antiga quanto o próprio ser humano, resumindo-se nalgo natural e tipico do homem, que simplesmente existe inato em nós, independendo de explicação ou vontade, sendo um anseio real e profundamente vital, ao contrário do recente e crescente ateísmo, que evidencia-se como contrário a nossa natureza pelo fato de carecer de inúmeras evidências e argumentos para, parcialmente, validar-se e, ainda assim, todo o ateu, pelo desespero demonstrado em seus argumentos parciais, tendenciosos, fracos e apelativos, deixa claro que, no fundo, não crê realmente que Deus não existe, mas luta continuamente contra seus genes físicos e espirituais, de modo nitidamente doloroso, afim de não ter que se curvar aO Senhor do Universo. O ateísmo é muito mais uma postura particular, resultante de conflitos de indivíduos descontentes com O Pai, do que uma ciência inescapável.

A questão é: nada surge do Nada, nenhum efeito está desprendido de uma causa, mas tudo o que existe é reflexo da existência de algo que possa englobá-lo. Sendo assim, se o homem sente necessidade de crer em Deus, sendo o efeito de uma causa, logo, é impossível que Deus não exista, pois, se não o fosse, de onde viria tal anseio por Ele? A própria luta contra Deus, desenvolvida por rebeldes insubmissos, é evidência de que Ele existe, pois não se luta contra o "nada" - se Ele não existisse, seria fácil demais comprová-lo. Nós nos sentimos incomodados ou reconfortados com algo existente, não inexistente. Nada pode vir do Nada, logo, tudo só pode vir do Tudo, não existe novidade no Eterno, que eternamente é o que sempre foi simplesmente por sê-lo eternamente assim, portanto a necessidade que temos de crer em Deus não é produto do acaso, do Nada, mas sim do Tudo e esse Tudo é o próprio Deus, a causa do efeito, a causa do anseio que temos por Ele. Se fôssemos fruto do acaso, não haveria nada, absolutamente nada que direcionaria à Deus, pois Ele não existiria para que houvesse algo do tipo, mas como isso existe, parece-me plausível crer que Ele também existe. Pense no mundo em que vivemos como sendo a caverna do mito: vivemos nele e só conhecemos o que há nele, mas há algo fora disso, algo além, causador de nossa insatisfação em relação ao que é visível e palpável, algo que nada feito de matéria é capaz de aniquilar e como resposta ao fato de estarmos incompletos uns decidem olhar para o que há fora da "caverna", enquanto outros preferem ignorar e, sofrendo, permanecerem inertes. A única alternativa, a única resposta para aquilo que sentimos, mas não conseguimos explicar ou suprir com nada do que existe na humanidade ou no mundo natural, está fora dessas esferas, só pode estar, sendo a causa do efeito, no tudo do Tudo.

Isso é apenas raciocínio teórico? O teste fundamental para ver se algo de fato existe e é efetivo está no experimento e comprovação daqueles que se dispõem a fazê-lo. O primeiro ponto de comprovação está na universal verdade de que todos os seres humanos sentem que algo lhes falta, na verdade universal de que a humanidade precisa se curvar a algum deus, isso é inquestionável e você nunca encontrará alguém, ateu ou não, que não viva sem nenhum dogma, nenhuma crença miraculosa e de qualidade sobrenatural. O homem, sendo também espírito, não pode abrir mão de sua vital ligação com o espiritual externo, faz parte de sua natureza. O segundo ponto de comprovação está mais voltado à fé cristã: bilhões de pessoas reconhecem que o ser humano padece de um problema a ser resolvido e quase todas afirmam com veemência que o dito "vazio" e a tristeza que ele produz resolveram-se com o ato de entrega à Cristo - eu vejo centenas de milhões de cristãos, que encontraram verdadeira alegria em Jesus, servindo-O em países que os perseguem violentamente, eu vejo muçulmanos, hindus, ateus... se convertendo ao Rei dos reis, mas pouco do oposto vejo e, quando tal oposto ocorre, a culpa não está na fraqueza da fé nO Filho, mas no mau exemplo de pais que seguem Cristo como uma religião qualquer ou que O desonram em demasia, no mau testemunho de cristãos fanáticos, legalistas ou libertinos, que não se entregaram realmente a Jesus, não mudando de vida e, por conseqüência, criando repulsa a outros cristãos, que desistem da fé, ou a não cristãos, que preferem evitá-la, outros ainda desistem de continuar ou se integrar por terem asco de algumas tradições extra-bíblicas da Igreja, que mais parecem mitologia, ou por causa da estúpida fé cega e infundada de muitos, que bradam aos quatro ventos que "ciência e fé não se ligam", que "só se pode crer em Deus pela fé, não havendo argumentos científicos"... o que faz sermos tachados como ignorantes e, portanto, um atraso para o desenvolvimento do conhecimento. Se você ler algumas postagens de meu blog perceberá o quão frágeis são essas posições - "A Máquina do Tempo", "A História do Mundo", "Sucessão religiosa", "Ilusão", "Espantosas letras" e "A Menor Religião do Mundo".

O Mito da Caverna também deixa aval para falarmos da diferença científica mais evidente entre cristianismo e ceticismo: as Origens. A fé cristã pode coexistir com a Teoria da Evolução e nenhum de seus argumentos invalidam a ação de Deus como Criador da vida e programador de seu desenvolvimento, da mesma forma ela pode coexistir com o Big Bang, pois o "nada" de onde veio "tudo" pode, muito bem, ser O Tudo, que é Deus -já que nada pode vir do Nada. A diferença não está propriamente nas evidências, pois as evidências de que o Big Bang aconteceu só provam que, de fato, ele aconteceu e nada mais, pois isso não exclui Deus e, da mesma forma, as evidências da Evolução - muito mais fracas e míticas - não tem outro potencial senão de comprová-la - ou, pela falta, reprová-la -, mas Deus prossegue inatingível, a diferença fundamental entre ceticismo e cristianismo está nos domínios da filosofia, do raciocínio quanto ao que não podemos realmente estudar, mas que, com base em conceitos matemáticos das ciências da física e química, conseguimos, pelo menos, fundamentar. Digo "entre ceticismo e cristianismo", pois das religiões existentes, a mais científica, a mais viável, é a cristã, originada no judaísmo, cujo argumento monoteísta revolucionário - pois emergiu há um punhado de milênios num universo politeísta insano - compreende a mais sóbria visão espiritual de origem do universo e vida e sua manutenção - se você quer discutir seriamente e honestamente as Origens com base numa religião, não poderá fugir do monoteísmo da forma como a Bíblia o apresenta - "Inescapável" e "Inegável". A questão é a seguinte: diante das "sombras dentro da caverna" o ceticismo procura uma explicação dentro da esfera visível e palpável e o cristianismo reconhece que a origem das "sombras" é externa, está fora de nossos domínios, em resumo: os céticos procuram explicar que as sombras simplesmente, de alguma forma, brotaram das paredes rochosas do recinto, originando-se casualmente e de modo a apresentarem figuras coerentes, enquanto os cristãos alegam que as sombras, na verdade, são o reflexo de uma existência externa, a "ponta do iceberg", o ponto visível de algo que principia no universo do inteligível. Não te parece coerente meu raciocínio? Mas é exatamente o que vemos nas visões de ambos os lados acerca do Big Bang: os descrentes afirmam que o "tudo" simplesmente brotou do Nada, não sendo reflexo doutra coisa senão de si mesmo, vindo a existir do vazio absoluto sem causa ou genitor, enquanto os crentes só conseguem ver antes do "tudo" surgir, O Tudo como eterno causador, sendo o universo visível apenas o reflexo da existência do universo invisível.
Observação: desde a origem do Universo a quantidade de matéria, vinda de Deus, é a mesma, tornando-se aos poucos inutilizável pelo decaimento da energia, ou seja: a quantidade não muda, o que muda é a sua organização, complexidade e as combinações entre as substâncias.

A questão aqui nem precisa entrar nos méritos da complexidade do universo que nos cerca, produto nítido de uma mente criadora, pois só o fato de algo existir, qualquer coisa que seja, por mais simples pareça, já é evidência de sobra para a existência de Deus. Pense comigo: o vazio absoluto é igual a nada, algo infinitamente inerte, morto, desprovido de toda a existência, enquanto a existência de uma única partícula de matéria ou energia representa preenchimento, acompanhado do espaço e tempo, logo, uma diferença infinita: do infinitamente vazio à existência, que trata-se de uma quebra, o preenchimento desse infinito. A minha conclusão, portanto, é que a origem de qualquer coisa do vazio absoluto aponta para um avanço infinito, uma evolução sem medida, um imensurável aumento de complexidade, cujo nível de dificuldade de ter vindo a existir sem causa é inconcebível. A exigência de Deus para a origem de uma mísera partícula de energia ou de um computador completo à partir do Nada é a mesma, está no mesmo nível, pois ambos indicam um salto infinito de complexidade. A existência de qualquer coisa já me é prova suficiente de que Deus existe e isso fica muito claro quanto entendemos que nosso universo está inteiramente imerso nesse jogo de reflexos: tudo o que existe é resultado, reflexo, doutra existência. A sombra de um homem é reflexo, indica descaradamente a existência de tal homem e, por sua vez, a existência desse homem é reflexo do alimento que ingere, a repôr seus tecidos e abastecê-lo de energia, também da existência de pais biológicos e, por fim, da existência de Deus, pois os pais desse homem vieram de outros pais humanos e assim por diante, chegando no ponto longínquo em que o patriarca e a matriarca da humanidade inteira surgiram e é aqui que, mais uma vez, dividem-se o ceticismo e o cristianismo: o lado descrente afirma que o homem é reflexo do animal inferior e o lado crente afirma que o homem é reflexo direto do divino Criador. Novamente o Mito da Caverna nos faz refletir.

Me responda uma pergunta: da sombra surge o homem ou do homem surge a sombra? Seria um absurdo sugerir que o homem é produto da sombra, não é? Isso é óbvio, logicamente a sombra não tem potencial algum em complexidade para originar o homem, que é imensuravelmente maior, em constituição, do que ela, muito mais viável, pela lógica, observação e experiência é afirmar que o mais complexo é o causador do menos complexo, portanto é loucura sugerir o oposto. Nada surge do Nada, como já disse, e isso se enquadra nesse raciocínio: o aumento da complexidade numa evolução de seres exige o surgimento de coisas novas, de coisas novas do Nada, pois não há nível de complexidade, matéria ou energia disponível para proporcioná-lo - lembremos que a tendência dos seres, constituídos fundamentalmente de energia, é que ela decaia, regrida com o tempo, resultando em diminuição de complexidade, não acréscimo, o que é óbvio, pois se a energia aumentasse, de onde ela estaria vindo? Do Nada?! O "Nada" nem ao menos pode existir, levando em conta que onde não há nada, também não há tempo, pois ele só se desenvolve onde há matéria e energia a movimentar-se e, tampouco espaço, pois o espaço só pode ser compreendido quando há algo ocupando-o, ou melhor, produzindo-o, preenchendo-o, portanto sem matéria, tempo ou espaço não há existência para que algo venha a... existir! A idéia da Lei da Causa e Efeito se fundamenta nisso: o originador de algo não pode ser menor do que aquilo que originou, pois isso exige novidade, acréscimo de complexidade, coisa que ele não tem condições de fornecer, portanto a conseqüência é sempre menor do que seu causador, da mesma forma que é a sombra que vêm do homem e não o homem que vêm da sombra. Pense: vida + vida = vida; vida - vida = morte; a vida é mais complexa do que a morte, por isso independe dela para ser vida, está acima dela e vem antes dela, mas a morte, por outro lado, é o decréscimo da vida, logo, vem como conseqüência da vida, não causadora, a morte não tem vida para oferecer, mas a vida tem morte a oferecer quando subtraímos dela a virtude, logo, a vida não pode vir da morte, mas a morte pode vir da vida, portanto, existindo vida hoje no Universo, sua origem não pode ser casual e da matéria bruta, sem vida, somente pode ser resultado doutra vida, anterior e superior em virtude e constituição, pois o decréscimo dessa vida, como causa do efeito, resultou em vida, não em morte, logo, tal fonte de vida, superior a vida que nos cerca, por ser sua causadora, pode, muito bem, ser de vitalidade eterna e, como causadora da matéria viva, ser constituída de algo maior do que a matéria palpável, o que me faz concluir que tudo se trata do Deus Eterno.

Essa é a questão: o 50 não pode fornecer 100, mas o 100 pode fornecer 50, pois só o que existe pode promover existência. Se no 50 não existe 100, no máximo 50, então não se pode subtrair o 100, para tal a metade que falta deveria surgir, vir à existir, à partir da inexistência, o que, como vimos, é um absurdo. Digamos que os animais inumanos sejam, em complexidade, em constituição, 50% daquilo que nós, humanos, somos. Sabemos que além da complexidade do corpo que temos, há aspectos em nós que são exclusivos, não tendo nenhuma fonte observável e provável o mundo animal, portanto, esperar que esses aspectos exclusivos tenham surgido causalmente em nós, tenham nos sido dados como milagres, sem nenhuma fonte, advindos do nada, trata-se de novidade e o eterno não combina com novidade, além de a novidade exigir um acréscimo daquilo que não existe dentro do que existe, mas se não existe, de onde poderia vir a existir? O tudo só pode vir do Tudo. O homem ser a "sombra" de um primata inferior, como conclusão, é possibilidade insana, pois exigiria novidade, aumento de complexidade... até porque parece insano dizer que o homem é apenas "sombra" de um chimpanzé, já que a única coisa que se observa é que sombras e reflexos sempre são inferiores aos seus emanadores. A luz não é maior do que o Sol! Com isso não quero dizer que o homem é a criatura primeira e que todos os seres seguintes vieram dele, mas dizer que o homem só pode ter vindo a existir de algo maior do que ele, coisa que não encontramos em parte alguma do Universo, a não ser que acreditemos em  Deus, e O Criador, sendo o 100%, poderia originar tanto o homem, 99%, quando a ameba que habita a poça d'água, 0,5%, pois do 100% podemos subtrair tanto o 99%, quanto o 0,5% - e a ciência cética ainda insiste que, no princípio, a matéria bruta, 0%, deu origem a um ser unicelular vivo, 0,5% e desse ser, ao longo de bilhões de anos, veio o 99%, que é o homem, lógica insana, pois do 0 não se pode tirar o 99, da sequidão total não se pode tirar água, do fogo não se pode tirar gelo, das trevas absolutas não se pode tirar luz, do vazio absoluto não se pode tirar o espaço e da inexistência não se pode tirar a existência, mas podemos tornar um charco tórrido como um deserto, subtraindo a água, o fogo em gelo, apagando-o completamente e retirando todo o seu calor, a luz em trevas, bloqueando todas as suas entradas, o espaço em vazio absoluto, retirando-lhe toda a matéria, e a existência em inexistência, ao aniquilarmos aquilo que existe. É por isso que digo e repito: somente o Tudo pôde possibilitar a existência de tudo.

Imagine agora que a Caverna é a sua mente: todo o conhecimento que você possui do mundo que te cerca já estava em sua mente quando você nasceu ou teve que ser obtido? Obviamente obtido! Obtido de onde? Não de você mesmo, logicamente, pois se não existia em você, não poderia vir de você, caso contrário existiria e você o conheceria sem ter que absorvê-lo. De onde então? De fora, do ambiente externo, do desenvolvimento do universo das cercanias, refletindo para dentro de tua mente uma série de informações, que você absorveu como uma esponja absorve água - e a água não pode absorver a esponja. O que originalmente não existia em tua mente, mas hoje existe, só pode ter vindo de fora dela, não do nada e de dentro dela, pois nada vem do Nada! Logo, o que tu conhece é reflexo do que te foi apresentado. Agora me responda: o teu conhecimento do Universo é maior do que o Universo? Obviamente não, pois o que sabemos sobre algo não pode ser maior do que ele, portanto a idéia de que o reflexo é sempre menor do que o objeto que reflete se consolida e, por fim, o tudo não pode vir de algo menor, que é o Nada, nem a vida da morte, nem o homem dos animais inferiores, pelo contrário, o tudo só pode vir do Tudo -maior do que ele-, a vida da Vida -maior do que ela- e o homem dO Criador -maior do que ele. O mais interessante desse raciocínio todo é que ele me leva a concluir que tudo o que existe hoje, não podendo haver novidade no eterno ou o surgimento de coisas novas do Nada, veio de um ambiente externo, ou seja, o Universo em toda a sua plenitude, não pode ter vindo a existir do Nada ou de si mesmo, pois se viesse a existir à partir de si mesmo, sendo o seu próprio tudo, na verdade não teria vindo a existir, já que já estaria existindo plenamente em si. O que posso concluir disso tudo é que, assim como a menor partícula de energia não pode ter vindo a existir do nada, pois esse seria um salto infinitamente grande à partir do vazio absoluto, tudo o que existe no Universo veio de um ambiente externo à ele, de algo fora dele, além dele, acima dele, nada, absolutamente nada, dele para ele mesmo. O Universo então passa a ser a Caverna e as "sombras" dentro dela, reflexo do que está fora dele. Somente Deus pode ser o originador externo do Universo que vemos!!!

O ponto final de minha análise repetirá alguns argumentos do que já fora dito, mas é igualmente válido: as sombras dentro da caverna de Platão são evidencias do que? De que existe algo além da caverna, fora dela, ao redor dela, algo maior do que ela, englobando-a. Já disse que a existência da mais simples partícula já é uma sombra de Deus, um reflexo de Sua existência, mas há "sombras" mais gritantes a evidenciar a existência dO Criador e é aqui que falarei sobre a complexidade do Universo. Um dos trunfos da ciência cética contra Deus é o fato de não podermos observar e experimentar em prol de Sua existência, logo, Ele não pode ser comprovado, argumento fraquíssimo, ao levarmos em conta que O Criador é maior do que a Sua criação, portanto, não podemos encontrá-Lo diretamente através do produto criado - Ele está além disso, o criador da matéria é constituído de algo que está acima dessa matéria -, é como tentarmos desvendar a anatomia de um engenheiro estudando apenas o engenho que ele construiu. Ora, isso é impossível, mas pelo menos podemos ter certeza de que o engenheiro existe, porque a sua obra é complexa demais para ter vindo à existência por conta e porque, num canto ou outro do maquinário existem marcas de suas impressões digitais, que são a sombra, a evidência indireta que ele existe. O mesmo é para com Deus! As sombras de Seu trabalho são evidências indiretas de Sua existência, o que já O faz inescapável.

Vou citar apenas dois exemplos do corpo humano para te evidenciar esse fato: a retina de cada olho humano possui algo entorno de 10 milhões de células sensíveis à luz, sendo cada uma delas mais complexa do que o mais avançado de nossos computadores, resolvendo, em conjunto, 10 bilhões de cálculos por segundo; o cérebro humano possui aproximadamente 10 bilhões de células nervosas e cada uma delas pode possuir entre 10 e 100 mil fibras de conexão com outras, tornando possível a existência de mil trilhões de conexões em um único cérebro humano, o mais surpreendente é que tais conexões se organizam de modo coeso e efetivo, como resultado de planejamento. Se você, ao ver uma palavra de três letras escrita no chão não é capaz de crer que aquilo tenha vindo do acaso, mas logo constata a existência do "escritor", pois o produto do intelecto exige um intelecto superior -"Causa e Efeito"-, então como pode crer que uma máquina tão misteriosa e surpreendente quanto o ser humano poderia ter vindo do acaso?! A nossa existência é uma nítida sombra da existência de Deus, nós somos as Suas inegáveis impressões digitais!! Isso que nem falamos da complexidade do Universo - "Geocentrismo".

Pense: se o ser máximo da natureza não pode ter vindo de ninguém menos do que o próprio Deus, por que o cristianismo, a religião mais profunda, complexa, sóbria e realista, não seria também a religião correta, como produto direto da mente desse mesmo Criador?! E aqui eu uso do Mito da Caverna para argumentar também em prol da confiabilidade divina da fé cristã. Leia: "Impossível", "O Perfeito", "Encontro inesperado", "Pandemia" e "Está em oculto".

Para não me delongar mais, irei concluir a postagem. Espero que esse raciocínio puramente filosófico tenha mexido contigo e te feito repensar conceitos. Lembre-se de que você tem duas escolhas: limitar-se à "caverna" ou, reconhecendo que as "sombras" indicam que existe algo mais, procurar Aquele que existe fora dela! No final das contas, o mais importante disso tudo está nas primeiras reflexões desse artigo: perceba em ti o real anseio por Deus e se renda diante dEle!! Ele existe, Ele é real e Ele não quer que você mesmo, negando-O, julgue-se a uma eternidade longe dEle, o que certamente será um inferno... no Inferno!

Natanael Pedro Castoldi, 2012

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