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O Cristianismo e os Direitos Humanos

Como parte da cortina de ferro histórica de que podemos dispôr contra os acusadores da fé cristã no que se refere à moralidade, a questão dos Direitos Humanos faz-se um aspecto da maior importância. Para os gregos e romanos, escravos e mulheres não eram considerados cidadãos, mas propriedade, os gregos comumente abusavam sexualmente de seus meninos e os romanos tinham as crianças como pertences,  indivíduos sem valor próprio - o pai podia matar seu filho quando desejasse. Na Antiguidade pagã bebês eram sacrificados aos deuses e os escravos, mulheres e crianças recebiam o mesmo tratamento verificado entre romanos e gregos. Os espartanos, por exemplo, matavam, sumariamente, qualquer bebê nascido com alguma deformidade física ou problema de saúde - é claro que, num ambiente de fomes e guerras, não era  materialmente vantajoso sustentar aqueles que não trariam retornos desejados, mas os motivos que levavam ao infanticídio eram muito mais baseados no sistema moral do que econômico. Havia pouco de infância nos tempos antigos - o Agoge espartano fazia com que crianças de 7 anos fossem mais maduras do que alguns adultos de nossos dias. O cristianismo alterou profundamente esse quadro - e é nisso que se baseará o breve estudo que segue.

- Cristo tentou corrigir o tratamento destinado aos pequenos exortando pelo espaço, pela cultura e pela inocência das crianças, Mateus 18:10, 19:14; Marcos 9:42
- Havia pouquíssimo espaço para a mulher na Antiguidade, coisa que a fé cristã, tendo algumas mulheres como protagonistas do Novo Testamento (Maria, Mãe de Jesus, Maria Madalena, Priscila) e uma nova visão de liberdade e democracia, veio corrigir, de tal modo que as mulheres, em algumas situações, tiveram que ser disciplinas, uma vez que algumas estavam se comportando mal durante o heterogêneo culto cristão, 1 Coríntios 14:34 - como poderiam as mulheres falarem demais durante os cultos em Corinto, se não fossem aceitas na celebração, como acontecia em muitas reuniões pagãs? As mulheres estavam lá - e isso era, sim, um diferencial cristão. 
- Enquanto o escravo valia menos do que um cavalo, aos olhos dos romanos, Paulo os comparou ao cidadão civilizado. Enquanto os povos de fora do Império Romano eram considerados bárbaros incultos e desprezíveis, Paulo os colocou ao lado dos gregos mais sábios! Colossenses 3:11.
- A revolução mais fundamental da Palavra e da Igreja em relação aos Direitos Humanos, por fim, está na generalização de que todo o ser humano é, sim, feito segundo a Imagem e Semelhança de Deus e, sendo assim, não existe diferença de valor entre vidas humanas: a criança deficiente é tão importante quanto a sadia, o escravo vale tanto quanto o livre, a mulher possui valo idêntico ao homem, a criança vale tanto quanto o adulto e o selvagem possui valor igual ao civilizado, Gênesis 1:26. A vida humana é o que de mais importante há na Criação, foi o que tornou a obra "Muito Boa", Gn 1:31. O ser humano não tem o direito de tirar uma vida humana, somente o Criador da Vida é que pode fazê-lo, Deuteronômio 5:17. A Bíblia eleva grandemente o auxílio aos necessitados em suas carências, Mateus 19:19; Tiago 1:27.

Podemos levantar uma lista de feitos memoráveis de cristãos nas mais diversas áreas:
            - Telêmaco (século V), um monge idoso, ao chegar em Roma deparou-se com uma luta de gladiadores no Coliseu. Não conseguindo evitar, pulou no meio da arena e separou aqueles que se digladiavam. Ele foi morto por um dos gladiadores e a multidão calou-se, de modo que a arena se esvaziou. Essa foi a última luta de gladiadores em Roma.
                - Bartolomé de las Casas (1484-1566), um padre espanhol enviado para a América Central, iniciou um movimento de proteção aos ameríndios ao verificar a destruição provocada pelos conquistadores, promovendo o interesse póstumo por justiça.
                - William Wilberforce (1759-1833), um político inglês, lutou pelo fim do comércio de escravos para a América após converter-se a Cristo. Interessado por reformas sociais, o parlamento inglês aboliu a escravidão nas colônias inglesas logo após a sua morte.
               - Martin Niemöller (1829-1984), um pastor batista, foi um dos primeiros a levantar a voz contra Hitler. Esse pastor logo adquiriu popularidade e, por isso, o líder nazista o prendeu. Niemöller foi liberto em 1945 e criticou severamente a omissão da igreja alemã diante do nazismo.
              - A família Tem Boom, durante a Segunda Guerra Mundial, fez sua casa se transformar num refúgio para os fugitivos do nazismo. Eles arriscaram a vida, resistindo pacificamente por intermédio de sua fé cristã – eles esconderam judeus, estudantes e membros da resistência holandesa. Cerca de 800 judeus escaparam da morte graças aos Tem Boom, que perderam quatro membros da família nessa empreitada.
                - Martin Luther King Jr. (1929-1968), pastor estadunidense, levantou-se pacificamente contra a segregação racial que imperava nos Estados Unidos em seus dias. Sua ação e seus discursos contra a violência moldaram a consciência daquele país. Martin Luther King mudou para sempre a situação dos negros não somente em sua terra natal – foi assassinado por causa de seus posicionamentos.

                O século XVIII trouxe o reavivamento das missões evangelísticas pelo mundo. O mundo inteiro foi atingido profundamente, todos os povos da Terra estavam tendo acesso a Jesus Cristo e à salvação por intermédio de Sua morte, porém, junto as missões, toda uma estrutura foi erguida entre os nativos isolados dos quatro cantos do globo, vejamos:
1-  As agências missionárias estabeleceram milhares de instituições educacionais por todo o mundo.
2-  O cristianismo tornou-se uma força libertadora para as mulheres e outros grupos menos privilegiados das culturas nativas. Lembrando que a única cultura do mundo, ao longo da história, que valorizou as mulheres desde a origem é a cristã. As implicações morais e éticas da expansão cristã mudaram o mundo.
3-  As agências missionárias geralmente construíram hospitais e instalações médicas nos povos atingidos, isso para garantir a saúde das populações locais.
4- O movimento missionário enriqueceu as línguas dos povos nativos, traduzindo as Escrituras para as mais variadas línguas com as quais os missionários se deparavam – muitas vezes criando até mesmo os alfabetos para os povos locais.
5- As bases da antropologia moderna estão intimamente ligadas aos estudos que esses missionários desenvolveram, sendo os primeiros visitantes de muitas das regiões mais isoladas da Terra.

Madre Tereza de Calcutá: quando falamos de ajuda humanitária e o direito humano a tratamento médico, Madre Tereza (1910-97) é uma das primeiras figuras da Igreja que se faz evidente. Nascida em Skopje, na atual Macedônia, aos 18 anos decidiu ser freira missionária. Em 1950 fundou a ordem Missionárias da Caridade, cujo objetivo era -é- “cuidar dos famintos, dos nus, dos cegos, dos leprosos, de quantos não se sentem queridos, amados ou protegidos, daqueles que se tornaram um fardo para a sociedade e são enjeitados por todos”. Em 1952 ela fundou o primeiro Lar dos Moribundos, em Calcutá, num templo hindu abandonado, logo em seguida estabeleceu um orfanato e um lar para os leprosos. Em 1960, atraindo noviças e doações, a ordem já possuía asilos, orfanatos e leprosários em toda a Índia – Madre Tereza foi uma das primeiras pessoas a criar um lar para portadores da aids.
A piedosa senhora vivia de modo semelhante a Francisco de Assis, na pobreza, castidade, obediência e submissão a Cristo – dedicou a vida para cuidar dos pobres e leprosos. Não tardou para que, adquirindo fama, Madre Tereza estabelecesse casas em Roma, Venezuela, Tanzânia e em outros diversos países da Ásia, África e Europa – entre eles até algumas nações pertencentes a ex-União Soviética. Em 1979, Tereza recebeu o Nobel da Paz. Infelizmente, a estrutura era grande demais e alguns locais regidos por Madre Tereza foram criticados por estarem abaixo dos padrões mínimos – e pelo fato de ela costumar batizar hindus e muçulmanos que recorriam a seus serviços. Depois da morte de Madre Tereza a sua ordem já contava com 4 mil irmãs, 300 irmãos e mais de 100.000 voluntários trabalhando em 610 missões em 123 países, nos quais administravam asilos, lares para aidéticos, leprosos e tuberculosos, refeitórios para os pobres, orfanatos e escolas.
Fontes: Uma Breve História do Cristianismo, Geoffrey Blainey, pgs 57 e 211; Apologética Cristã, Israel Belo de Azevedo, Curso Vida Nova de Teologia Básica, pgs 20 e 21; Panorama da História da Igreja, James P. Eckman, Curso Vida Nova de Teologia Básica, pg 98; Os Cristãos, Tim Dowley, pg 153.

Natanael Pedro Castoldi

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